A maior parte das gestantes já ouviu falar em pré-eclâmpsia. Trata-se de uma condição exclusiva da gestação porque está relacionada à hipertensão durante esse período.
Hoje, sabemos que a pré-eclâmpsia atinge até 7% das gestantes brasileiras, sendo a maior responsável pelos partos prematuros. Além disso, coloca em risco a vida de mãe e bebê, sendo causa de até 25% das mortes maternas na América do Sul.
Quando descoberta no início da gestação, as chances de evitar complicações são maiores.
O que acontece no organismo
Quando engravida, a mulher desenvolve novos vasos sanguíneos. As mulheres que apresentam pré-eclâmpsia parecem não desenvolver tão bem esses novos vasos, limitando a circulação.
Sabemos que a pré-eclâmpsia está diretamente relacionada à hipertensão na gestação. Assim, é considerada uma das quatro doenças hipertensivas durante a gravidez.
Quando ocorre essa condição, a liberação de proteínas na corrente sanguínea da mulher provoca resposta imunológica no organismo, danificando as paredes dos vasos.
A pré-eclâmpsia tem esse nome porque pode preceder a eclâmpsia, uma evolução desse quadro que ocasiona em convulsão que pode ser fatal para mãe e filho.
Alguns dos fatores de risco para a pré-eclâmpsia são:
- Histórico de pré-eclâmpsia entre as mulheres da família;
- Primeira gravidez;
- Gravidez de um novo parceiro;
- Gravidez múltipla;
- Gestante acima de 35 anos;
- Intervalo de mais de 10 anos entre uma gestação e outra;
- Presença de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e enxaqueca mesmo antes da gestação.
Normalmente, a pré-eclâmpsia instala-se por volta da 20ª semana de gestação, por volta do fim do primeiro trimestre. No entanto, o diagnóstico pode ser complexo.
O diagnóstico
A pré-eclâmpsia conta com sinais que são comuns na gravidez, tais como:
– Pressão arterial elevada;
– Presença de proteína na urina;
– Náuseas;
– Dor de cabeça;
– Inchaço nas pernas e retenção de líquido;
– Fadiga;
– Aumento de peso repentino.
Nem sempre a gestante nota esses sinais como um problema. É por isso que o acompanhamento médico e o pré-natal são tão importantes. Em alguma das consultas com o seu obstetra é provável que ele identifique essa condição.
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Tratamento
Após o diagnóstico, a gestante recebe as recomendações de medicamentos e a rotina de consultas, que deve aumentar em relação à gestação saudável. Também aumenta a frequência das aferições de pressão arterial, exames de sangue e ultrassonografias.
Para a maioria dos casos, recomenda-se repouso absoluto, preferencialmente deitando do lado esquerdo para prevenir mais complicações.
O estilo de vida dessa gestante também deve se adequar a essa condição, mantendo um peso saudável, boa alimentação com baixo sódio e exercícios leves.
E o parto?
Devido ao risco de parto prematuro, muita gente imagina que a cesárea seja a melhor indicação. No entanto, devido ao risco de sangramentos da pré-eclâmpsia, o parto normal pode ser muito mais recomendado.
Em relação ao bebê, como a pré-eclâmpsia afeta a placenta, também pode trazer prejuízos ao seu desenvolvimento. Afinal, esse é o meio por onde passam o oxigênio, os nutrientes e o sangue para o feto.
Além do risco do parto prematuro, o bebê pode nascer com baixo peso e outros problemas de saúde.
Após o parto, o quadro hipertensivo da pré-eclâmpsia costuma desaparecer após 12 semanas, ou muito antes desse prazo. É importante seguir as recomendações médicas mesmo durante o puerpério, inclusive, porque é comum que a gestante passe alguns dias internada após o quadro de pré-eclâmpsia.
Espero que este artigo auxilie a compreender mais sobre o problema.